quinta-feira, outubro 02, 2008

Dólar dispara e se aproxima de R$ 2 após aprovação de pacote dos EUA; Bolsa despenca

02/10/2008 - 12h20

Dólar dispara e se aproxima de R$ 2 após aprovação de pacote dos EUA; Bolsa despenca

Da Redação
Em São Paulo
Texto atualizado às 12h58

O dólar comercial opera em forte alta nesta quinta-feira e chegou a superar a marca de R$ 2. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ao contrário, vai despencando.

Às 12h55, o dólar era vendido por R$ 1,995, uma alta de 3,64% em relação ao início do dia. (veja quadro com a cotação do dólar atualizada).


No mesmo horário, o Ibovespa, principal indicador das ações brasileiras, caía 4,75%, a 47.431,54 pontos (acompanhe gráfico da Bovespa com atualização constante).

O avanço da moeda americana e a queda da Bolsa refletem o pessimismo no mercado financeiro, mesmo após a aprovação do pacote de socorro financeiro dos Estados Unidos.

O dólar tende a subir em momentos de incerteza no setor financeiro. Os investidores vendem seus papéis mais arriscados (ações, por exemplo), trocando-os por dólares, com o objetivo de comprar títulos mais seguros, como os emitidos pelo Tesouro dos EUA. Isso aumenta a procura pela moeda americana, elevando o seu preço.


As preocupações dos investidores nesta quinta-feira são quanto à possibilidade de o governo dos EUA conseguir socorrer o setor financeiro. O texto do pacote anticrise ainda terá que passar pela Câmara, que na segunda-feira havia rejeitado uma primeira versão. Analistas também não estão certos sobre até que ponto o plano será capaz de amenizar a crise.

"Na Câmara é mais difícil (aprovar o pacote) e seguem as incertezas sobre isso. Ontem, o mercado já tinha meio que certeza de que o Senado aprovaria, mas agora restam outras dúvidas. Também resta saber se isso vai resolver o problema da economia", disse um consultor de investimentos de uma corretora que preferiu não ser identificado.

O pessimismo aumentou depois da divulgação de uma pesquisa mostrando que as encomendas à indústria americana em agosto recuaram 4%.

As Bolsas da Ásia também caíram após a aprovação do pacote financeiro americano. A de Tóquio perdeu 1,9%.

Na Europa, os principais mercados subiram no início dos negócios, mas depois passaram a operar em baixa. O Banco Central Europeu decidiu manter em 4,25% ao ano sua taxa básica de juros e afirmou que é preciso coordenar ações de bancos para combater a crise.

A Holanda propôs um fundo de ajuda a bancos europeus afetados pela crise.

A disparada do dólar nesse período de turbulência tem sido especulativa, não encontrando fundamento nos números relativos ao fluxo cambial, segundo análise de Luiz Sérgio Guimarães, do jornal "Valor Econômico".

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