Um resumo do Social Media Day
31 de julho de 2014 · Atualizado às 15h30
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Um resumo do Social Media Day (Reprodução)
A edição paulistana do Social Media Day, evento criado pelo Mashable nos EUA, aconteceu na última quarta-feira (30), em São Paulo. O Adnews esteve presente e traz um apanhado dos ensinamentos mais importantes do evento.
Em 2014, o #smdaysp será apresentado e mediado por Jacqueline Lafloufa, editora do Blog Brainstorm9 e Tecnoblog.
Fã é a alma do negócio
Acredite, o que funciona para as celebridades no Facebook, pode funcionar para sua marca. Christian Rôças, Strategic Partnership Brazil no Facebook e Instagram Brasil, revelou como a maior rede social do mundo ajuda as figuras públicas brasileiras a se comunicarem da melhor forma com seus fãs. Muitos dos ensinamentos podem servir para as marcas também.
Primeiramente, é preciso saber quem é seu público, sua audiência. "Uma das perguntas que eu mais ouço é: 'Qual o melhor horário para postar?'. Ai, Jesus... Você que tem me dizer. Você não olha seu insights? Tem uma ferramenta que te mostra isso", explica.
Ele lembra também que pessoas são veículos nas mídias sociais. Segundo Rôças, conteúdo dos artistas precisam ser divulgados primeiramente para os fãs da celebridade. Foi assim quando Anderson Silva se machucou em sua última luta. "O primeiro lugar que ele escolheu para falar com os fãs foi em seu Facebook", explica Christian.
Aliás, um dos problemas que ele presenciou quando começou a trabalhar no Facebook era esse. Os artistas não falavam com seus fãs. Divulgavam shows, links para download de álbuns, mas nada de conversa. "Se você quer monólogo, vai para a televisão", diz o Strategic Partnership. "Este lugar é para conversar, escutar o que as pessoas falam para você".
Alguns passos ensinados para as celebridades também precisam ser aplicados para um planejamento de marca. É preciso aprender a medir seus êxitos na rede. Você sabe qual o seu parâmetro de sucesso? O que define o seu sucesso no Facebook? Vendas? Likes? Quantas pessoas você atinge hoje? O seu foco é na mídia ou na audiência? Você quer espalhar infos ou tratar cada usuário como consumidor?
O LinkedIn como ferramenta de marketing
Ligia Ishida, Marketing Lead Latam no LinkedIn, também palestrou durante o Social Media Day. "Hoje somos mais do que uma plataforma de buscas de emprego", afirma.
Segundo Ishida, há 300 milhões de usuários em todo o mundo, 17 só no Brasil, o terceiro maior do planeta. Ela relata que há três formas para as empresas se conectarem com os usuários. Recrutamento, marketing e vendas.
Ela afirma que os usuários do LinkedIn gostam mais de conteúdos relevantes. "É mais importante focar em ajudar a pessoa a atingir um objetivo", relata.
Dois cases foram citados por Ligia. Um deles é da Delta Airlines. "Basicamente, eles oferecem um assento em um dos voos da Delta ao lado de uma pessoa que é referência em algum setor".
Outro case é de HSBC e como o banco utiliza o conteúdo patrocinado para atingir seu público na rede social:
A Era dos instant messengers
No começo da tarde, a palestra de abertura já pegou muitos dos presentes desprevenidos. Luiz Felipe Barros, Country Manager do Viber, explicou que ninguém ali era descolado como pensava ser e que o fim das redes sociais já começou.
Se você duvida, Barros propõe um desafio: procure qualquer criança nas redes sociais dos adultos. Será difícil encontrar alguma. A explicação, segundo o profissional, é que elas estão preferindo os apps de instante messengers, como o próprio Viber e o WhatsApp.
"As redes sociais são um reflexo do mundo que a gente vive. Os instant messengers são um reflexo da nossa vida pessoal. É muito mais legal estar em contato com o pessoal do futebol, dos amigos do que com o mundo inteiro", explica para completar que, hoje em dia, ninguém mais sente orgulho em ter o "PERFIL LOTADO" (lembra do orkut?).
"No Whatsapp, no Viber, você só tem a sua agenda telefônica integrada", diz. Isso, segundo o profissional, ajuda na filtragem deste mercado.
A próxima grande mudança nesse tipo de app é facilitar o caminho do usuário na hora de compartilhar links e fotos. Perigo para as redes sociais que, na opinião de Barros, já estão estagnadas ou crescendo abaixo da média. "É o consumidor que escolhe o que a nossa ferramenta faz, não é a gente", diz.
Música e mídias sociais
Clarissa Wolff, marketing digital e Yasmin Muller, editorial manager, ambas da Deezer, contaram um pouco da rotina de trabalho das mídias sociais do serviço de streaming de música.
Segundo Clarissa, é difícil falar de música para um público geral. "Você não vai falar de Rock para quem curte Sertanejo", diz. No início do trabalho, o consenso era: seria preciso evitar a rejeição. A equipe de social driblou isso apostando em memes e brincadeiras como esta abaixo, postada logo depois de o Brasil vencer o Chile nos pênaltis na Copa 2014:
"O pessoal reagia super bem a esse tipo de brincadeira", diz Clarissa. Ainda citando cases, as moças ressaltaram o sucesso da ação #dulcenadeezer, que fez um diálogo entre os fãs da cantora ex-RBD. Na mesma semana, a Disney também fez uma ação com a artista, mas a da Deezer causou mais impacto graças às parcerias entre a fanpage e os fãs clubes.
Outro case é o Deezer Sessions, que nada mais são que sessões exclusivas com artistas.
O SAC 2.0 é coisa do passado
João Olivério, CEO da Zendesk, e Claudia Pamplona, da Oppa Design, discutiram num painel as características do atendimento ao consumidor. Para eles, o termo SAC é coisa do passado, já que carrega consigo uma visão deturpada do que é o atendimento moderno.
Para Claudia, SAC moderno é relacionamento com o cliente. Um dos conselhos de Olivério para a as empresas é nunca falar com um cliente como se ele fosse um número.
Segundo Olivério, é preciso educar o cliente para saber quais são os canais corretos. "Roteiro para fazer atendimento não funciona, tem que ser flexível", recomenda.
Claudia relembrou um case famoso de reclamação envolvendo a Oppa. Aconteceu quando uma moça criou um slide para criticar a empresa. Apesar da rápida resposta, o posicionamento da empresa não obteve as mesmas visualizações. A moça lamenta que para coisas boas, "infelizmente", os internautas não costumam curtir da mesma maneira.
A moça finalizou dizendo que "a única área que realmente fala com o cliente" é também a que tem o salário mais baixo dentro das grandes empresas. "É preciso mudar essa mentalidade", finaliza.
Por Leonardo Araujo
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