Os Quatro Elementos para Começar
· Favoritos
· 4
Design, distribuição, dados e ambiente: a receita da diversidade empresarial.
Já vimos que fazer um Plano de Negócios não é condição fundamental para se construir uma empresa, então em que o empreendedor deve se concentrar neste momento tão especial que é a origem de tudo?
Não é novidade que futuro hoje é bem diferente do que costumava ser e que em tempos de Internet não há tarefa mais difícil do que prever o amanhã, porém, ninguém vai a lugar algum ficando em cima do muro e, portanto, vamos às apostas. Se eu fosse começar um negócio hoje, olharia com atenção os seguintes quatro elementos:
Design: aprendi com o pessoal da IDEO que design é converter necessidade em demanda, colocando as pessoas em primeiro lugar. Design começa na observação metódica e exaustiva do cliente, passa por entender como ele resolve seus problemas, como ele usa os produtos e termina quando se encontra harmonia entre as restrições da situação e a funcionalidade necessária. O tal do “design thinking” começa quando se troca o “déjá vu” pelo “Vuja de”, ou seja, quando se tem o insight, a sensação de ter visto algo pela primeira vez, mesmo já o tendo testemunhado várias e várias vezes.
Distribuição: não se pode conceber um produto ou serviço daqui por diante sem se considerar as implicações de sua distribuição. Não falo de logística e pontos de venda, mas de como a informação será propagada e absorvida. Como se fazer notado nesta avalanche de informações e relacionamentos em que se transformou o planeta. Conhecer a Internet em todos os seus sabores e, principalmente, saber trabalhar bem com mídias sociais é o que fará a diferença entre uma boa empresa regional e a dominância global de um nicho de mercado.
Dados: empresas que têm seu dia a dia baseado em “achismo” estão com os dias contados. Cada vez mais os dados vão escravizar os departamentos de marketing e o quali vai perder espaço para o quanti. Experimentação, feedback e adaptação em múltiplas e contínuas iterações direcionadas por métricas simples, objetivas e que tornam mais tangível a operação. A adequada coleta e compreensão dos dados cria conhecimento e afasta os medos. Errar construtivamente é parte determinante do processo. Erre rápido, pequeno e barato para o sucesso chegar mais depressa.
Ambiente: não dá mais para se brincar de empresa como se brincava de casinha. Terno, gravata, processos e gerentes “donos de suas salas” não garantem mais nada. Ou as pessoas se sentem felizes no ambiente em que se transformou a empresa, ou elas não vão ter boa performance, e isto inviabilizará o sucesso. E todo mundo talentoso quer fazer parte de algum sucesso. Se o sucesso for inatingível ou demorar demais, os melhores vão embora. Em resumo, pessoas infelizes criam um ambiente onde os melhores não conseguem ficar. Felicidade tem diretamente a ver com fazer aquilo que vibra na mesma frequência do nosso DNA. O papel determinante do gerente dos novos tempos é casar adequadamente pessoas e funções.
Os quatro elementos juntos e misturados criam um novo formato de empresa em que a diversidade não só tem vez como é fundamental. Bem vindos designers, antropólogos, sociólogos, matemáticos e outros bichos ao anteriormente fechado mundo corporativo! Vai ser muito divertido tê-los no time!
Marcelo Salim é sócio de empresas em diferentes segmentos do mercado e coordenador do CEI - Centro de Empreendedorismo Ibmec, Empreendedor Endeavor desde 2000, e também escreveu sobre Planejamento X Plano de Negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário